Depressão Pós-parto: O que esperar e como se preparar durante a gestação

A depressão pós-parto é uma condição emocional que afeta muitas mulheres após o nascimento do bebê, mas, apesar de sua alta prevalência, ela é frequentemente subdiagnosticada. Embora muitas mulheres experimentem mudanças emocionais e físicas após o parto, a depressão pós-parto vai além dos desafios naturais dessa fase, afetando a saúde mental de forma profunda. É importante que as gestantes saibam que não estão sozinhas, pois essa condição pode impactar a vida de muitas mães, prejudicando o vínculo com o bebê e a qualidade de vida da mulher.

Falar sobre a depressão pós-parto durante a gestação é essencial para que as futuras mães se preparem emocionalmente para os desafios que podem surgir após o parto. Ao entender os sinais, os fatores de risco e as opções de tratamento, elas podem se sentir mais confiantes e preparadas para lidar com a situação, caso ela se manifeste. Além disso, a preparação emocional pode ajudar a reduzir a carga de culpa e ansiedade, aspectos comuns quando a depressão pós-parto não é compreendida.

O objetivo deste artigo é esclarecer o que é a depressão pós-parto, quais são os sintomas e como as gestantes podem se preparar para essa possibilidade. Com informações claras e práticas, esperamos oferecer o apoio necessário para que as futuras mães se sintam preparadas para lidar com sua saúde mental, promovendo um pós-parto mais saudável e consciente.

O Que é a Depressão Pós-Parto?

A depressão pós-parto é uma condição emocional séria que pode afetar mulheres após o nascimento do bebê, afetando não apenas o estado emocional, mas também a saúde física e mental da mãe. Embora seja normal sentir-se cansada, sobrecarregada ou até um pouco triste após o parto, a depressão pós-parto vai além dessas reações temporárias. Ela é uma condição clínica que requer atenção e tratamento adequados, pois pode interferir significativamente na qualidade de vida da mãe e no vínculo com o bebê.

Sintomas Comuns da Depressão Pós-Parto

Os sintomas da depressão pós-parto podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:

Tristeza extrema: Sensação constante de tristeza, choro fácil e incapacidade de se sentir feliz.
Irritabilidade: Alterações de humor intensas e reatividade emocional, levando a dificuldades para lidar com pequenas situações do dia a dia.
Dificuldades para se conectar com o bebê: Sentimentos de desconexão emocional, ou até mesmo culpa e medo de não ser uma boa mãe.
Fadiga extrema: Sensação de cansaço constante, mesmo com descanso, tornando difícil realizar tarefas simples.
Perda de interesse em atividades: A falta de prazer nas atividades diárias, incluindo aquelas que costumavam ser prazerosas, é comum.
Alterações no apetite: Comer em excesso ou a perda do apetite, o que pode afetar a saúde física.
Pensamentos negativos ou suicidas: Em casos mais graves, pensamentos de autolesão ou suicídio podem surgir, o que exige ajuda imediata.

Esses sintomas podem durar semanas ou meses, e, sem o tratamento adequado, podem piorar, impactando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê.

Diferença entre Baby Blues e Depressão Pós-Parto:

Muitas mulheres experimentam uma forma de tristeza leve e passageira nos primeiros dias após o nascimento do bebê, conhecida como baby blues. Isso é comum e geralmente se deve às mudanças hormonais e ao estresse emocional após o parto. Os sintomas do baby blues incluem choro fácil, sensação de sobrecarga emocional e mudanças no humor que tendem a melhorar dentro de algumas semanas sem a necessidade de tratamento especializado.

A principal diferença entre o baby blues e a depressão pós-parto é a duração e a intensidade dos sintomas. Enquanto o baby blues tende a desaparecer após alguns dias ou semanas, a depressão pós-parto persiste por um período mais longo e pode se intensificar com o tempo. Quando os sintomas de tristeza, irritabilidade e desconexão não diminuem após o período inicial do pós-parto, ou se pioram, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde.

Se você estiver se sentindo incapaz de lidar com as emoções ou se os sintomas estiverem interferindo em sua capacidade de cuidar de si mesma ou do bebê, buscar apoio é fundamental. A depressão pós-parto é tratável, e existem diversas opções de apoio emocional e psicológico disponíveis para ajudar as mães a se recuperarem.

Fatores de Risco para a Depressão Pós-Parto

Embora a depressão pós-parto possa afetar qualquer mulher, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvê-la. Compreender esses fatores pode ajudar as gestantes a estarem mais atentas às suas emoções e a buscar apoio, caso necessário.

1. Histórico Pessoal de Depressão
Mulheres que já passaram por episódios de depressão em sua vida, seja antes ou durante a gestação, têm um risco maior de desenvolver a depressão pós-parto. Isso ocorre porque a predisposição genética e os padrões de resposta emocional a estressores podem se perpetuar após o parto. Se você já foi diagnosticada com depressão no passado, é importante falar sobre isso com seu médico durante o pré-natal, para que ele possa monitorar sua saúde mental de forma mais cuidadosa durante e após a gravidez.

2. Fatores Hormonais
As flutuações hormonais são um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da depressão pós-parto. Durante a gestação, os níveis de hormônios como estrogênio e progesterona aumentam significativamente. Após o parto, esses níveis caem rapidamente, o que pode afetar o equilíbrio químico do cérebro e desencadear sintomas de depressão. Além disso, a privação de sono e a alteração no ritmo biológico das mães também podem intensificar o impacto dessas mudanças hormonais, dificultando a recuperação emocional.

3. Outros Fatores
– Estresse: O estresse gerado pela adaptação à nova rotina com o bebê, as responsabilidades aumentadas e as demandas do pós-parto pode ser um fator desencadeante. O excesso de tarefas, sem tempo para descanso ou autocuidado, pode ser um grande desafio emocional.

– Falta de Apoio Social: Mulheres que não têm um sistema de apoio adequado, seja de parceiros, familiares ou amigos, podem enfrentar um risco maior de depressão pós-parto. A solidão e a sensação de sobrecarga, quando não se tem com quem contar, podem agravar a condição.

– Dificuldades com a Amamentação: A amamentação, embora seja uma experiência natural e maravilhosa, pode ser desafiadora para muitas mulheres. Problemas como dor, dificuldades para amamentar ou dificuldades no vínculo com o bebê durante a amamentação podem ser fontes de frustração e ansiedade, contribuindo para o desenvolvimento de depressão pós-parto.

Além desses fatores, cada mulher tem suas próprias experiências e circunstâncias únicas, o que significa que é fundamental que as gestantes se sintam à vontade para expressar suas preocupações e procurar ajuda se necessário. Conhecer os fatores de risco permite que a mulher se prepare emocionalmente e busque estratégias de prevenção ou apoio, se necessário.

Como se Preparar Durante a Gestação para a Depressão Pós-Parto

Preparar-se para o pós-parto não envolve apenas os aspectos físicos, mas também o cuidado com a saúde mental. Embora ninguém possa prever com certeza como será a experiência pós-parto, estar ciente dos desafios emocionais e criar estratégias de preparação pode fazer uma grande diferença. Aqui estão algumas dicas valiosas para ajudar as gestantes a se prepararem para a possibilidade de depressão pós-parto:

1. Educação e Conscientização
A educação sobre saúde mental é o primeiro passo para a preparação. Quanto mais você souber sobre a depressão pós-parto, mais fácil será reconhecer os sinais precoces e buscar ajuda quando necessário. Ler sobre a condição, entender os sintomas e saber que a depressão pós-parto é tratável pode reduzir a ansiedade e o medo. Durante a gestação, familiarize-se com os sinais de alerta, como tristeza persistente, dificuldades em se conectar com o bebê ou alterações extremas no humor. Quanto mais cedo você identificar esses sintomas, mais fácil será o tratamento.

2. Desenvolver uma Rede de Apoio
Criar uma rede de apoio emocional é fundamental para enfrentar qualquer desafio durante o pós-parto, incluindo a depressão. Compartilhar seus sentimentos e experiências com seu parceiro(a), familiares e amigos pode ser muito útil. Ao falar abertamente sobre suas preocupações, você cria um ambiente mais acolhedor e seguro, o que pode ajudar a aliviar a sensação de isolamento. Além disso, é importante envolver profissionais de saúde, como obstetras, enfermeiros ou terapeutas, que podem oferecer orientações e apoio contínuo durante e após a gestação.

3. Práticas de Autocuidado
Durante a gestação, é essencial adotar práticas de autocuidado para manter a saúde mental em equilíbrio. Técnicas como meditação, exercícios físicos leves (como caminhadas ou yoga), e momentos de relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar emocional. Manter uma rotina de descanso adequada e ter tempo para si mesma, mesmo que seja por alguns minutos por dia, pode fazer uma grande diferença na saúde mental. Praticar a gratidão, manter hobbies e focar no que te faz bem são formas de autocuidado que podem ser incorporadas à rotina gestacional.

    4. Planejamento e Expectativas Realistas
    O pós-parto é um período de grandes mudanças e desafios para a mulher, e é fundamental ter expectativas realistas para lidar com os altos e baixos dessa fase. Muitas vezes, a pressão social e as expectativas irreais sobre o “papel da mãe perfeita” podem aumentar o estresse e a frustração. No entanto, ao reconhecer que o pós-parto envolve ajustes, e que nem tudo será fácil ou imediato, você cria um espaço para lidar com a nova realidade de forma mais leve e equilibrada.

    Mudanças Emocionais e Físicas

    Após o nascimento do bebê, você pode experimentar flutuações hormonais que influenciam seu humor e seu bem-estar emocional. Isso é completamente normal, mas pode ser desafiador. Além disso, o corpo passa por mudanças físicas significativas, como a recuperação do parto, a amamentação e a adaptação ao novo ritmo de vida. Essas alterações podem afetar seu humor e energia, tornando os primeiros dias ou semanas especialmente intensos.

    – Noites Mal Dormidas e Aprendizado do Cuidado com o Bebê
    As noites mal dormidas são uma das características mais comuns do pós-parto, já que os bebês, especialmente no início, precisam de alimentação e cuidados constantes. Isso pode resultar em cansaço extremo, afetando sua capacidade de lidar com as emoções. Além disso, aprender a cuidar de um recém-nascido, como amamentar, trocar fraldas, e entender os sinais do bebê, também exige adaptação e paciência. Cada bebê é único, e o processo de aprendizagem pode ser frustrante em alguns momentos.

    – Novas Responsabilidades
    O nascimento de um bebê traz novas responsabilidades, que podem gerar pressão sobre a mãe. Além das tarefas físicas, como cuidar do bebê e da casa, a mãe também pode sentir o peso emocional de ser a principal cuidadora. A responsabilidade de ser “a mãe ideal” pode ser sobrecarregante. Ao aceitar que não há perfeição e que você está fazendo o melhor que pode, você se permite ser mais flexível e paciente consigo mesma.

    – Reduzindo a Pressão de Ser uma “Supermãe”
    É fundamental reduzir a pressão de tentar ser uma “supermãe” que faz tudo e está sempre disponível. A busca por perfeição pode aumentar os níveis de estresse e, em última análise, prejudicar sua saúde mental. Permita-se cometer erros, aprender no processo e pedir ajuda quando necessário. Aceitar que o período pós-parto exige tempo para adaptação e que não será perfeito traz um alívio significativo.

    Ao ajustar suas expectativas e estar preparada para os desafios, você cria uma base emocional mais forte para lidar com o pós-parto de forma mais saudável. Ao invés de se cobrar demais, lembre-se de que adaptar-se ao novo papel de mãe leva tempo, e o importante é dar o melhor de si, sem pressões desnecessárias.

    Conversar com o Médico

    Durante o pré-natal, é importante discutir abertamente suas preocupações com o obstetra sobre saúde mental. Se você tem histórico de depressão, ansiedade ou qualquer outra condição, converse sobre isso desde o início da gestação. Seu médico pode monitorar sua saúde mental de perto, orientar sobre recursos de apoio psicológico e oferecer estratégias de prevenção para o pós-parto. Além disso, a consulta com o médico também é uma boa oportunidade para falar sobre a importância de um plano de apoio no pós-parto, envolvendo profissionais de saúde como psicólogos ou psiquiatras, caso necessário.

      A preparação emocional para o pós-parto é uma parte importante da gestação consciente. Ao tomar esses passos durante a gravidez, você não apenas se prepara para enfrentar possíveis desafios, mas também cria uma base sólida de autocuidado e apoio que contribuirá para sua saúde mental e bem-estar após o nascimento do bebê.

      Como Identificar os Sinais de Depressão Pós-Parto Durante o Pós-Parto

      O pós-parto é um período de adaptação intensa, mas quando as dificuldades emocionais persistem ou se tornam mais graves, pode ser um sinal de depressão pós-parto. Saber identificar os sinais precoces e saber quando buscar ajuda é essencial para garantir que a mãe receba o apoio necessário. Aqui estão algumas dicas para identificar os sinais de alerta e esclarecer dúvidas comuns.

      Sinais de Alerta: Quando Procurar Ajuda Profissional

      Embora a tristeza momentânea e o cansaço sejam comuns após o parto, a depressão pós-parto envolve sintomas mais intensos e persistentes. Se você estiver experimentando qualquer um dos seguintes sinais, é importante procurar ajuda profissional:

      Tristeza constante ou profunda: Sentir-se triste ou sem esperança por um período prolongado.
      Sentimentos de culpa ou inadequação: Pensamentos persistentes de que não é uma boa mãe ou que não está à altura da tarefa de cuidar do bebê.
      Desconexão com o bebê: Dificuldade em estabelecer um vínculo com o bebê, ou sentimentos de indiferença.
      Alterações no apetite ou no sono: Perda de apetite ou comer em excesso, dificuldades para dormir (mesmo quando o bebê está dormindo).
      Fadiga extrema: Cansaço constante que não melhora, mesmo com descanso.
      Pensamentos negativos: Pensamentos suicidas ou de autoagressão. Se você tiver esses pensamentos, é crucial procurar ajuda imediatamente.

      Se esses sintomas durarem mais de duas semanas ou piorarem com o tempo, é um indicativo de que pode ser necessário um tratamento especializado.

      Dúvidas Comuns: “Estou Apenas Cansada ou É Algo Mais Grave?”

      É natural se perguntar se os sentimentos de cansaço e sobrecarga são apenas parte do processo de recuperação pós-parto ou se há algo mais sério acontecendo. Alguns dos sintomas da depressão pós-parto, como fadiga extrema e dificuldades para se conectar com o bebê, podem ser confundidos com a exaustão normal de cuidar de um recém-nascido. No entanto, se os sentimentos de tristeza, desesperança ou desconexão persistirem por semanas ou interferirem no seu funcionamento diário, pode ser um sinal de que a depressão está se instalando.

      Se você está se perguntando “estou apenas cansada ou é algo mais grave?”, vale a pena refletir se está conseguindo realizar suas atividades diárias com alguma normalidade e se está conseguindo desfrutar de momentos com o bebê. Caso contrário, é importante procurar orientação profissional para obter um diagnóstico adequado.

      Importância do Diagnóstico Precoce

      O diagnóstico precoce da depressão pós-parto é crucial para prevenir que a condição se agrave e afete ainda mais a mãe e o bebê. Quando tratada logo no início, a depressão pós-parto tem grandes chances de ser gerida com sucesso através de terapias, apoio psicológico e, em alguns casos, medicamentos. O tratamento precoce não só melhora a saúde mental da mãe, mas também pode melhorar o vínculo com o bebê, favorecendo um ambiente familiar mais saudável e equilibrado.

      Se você perceber que está enfrentando dificuldades emocionais que estão além do cansaço normal, não hesite em procurar ajuda. O apoio certo pode fazer toda a diferença no seu processo de recuperação, permitindo que você se recupere de forma mais rápida e saudável, tanto para você quanto para o seu bebê.

      O Que Fazer se a Depressão Pós-Parto for Diagnosticada?

      Se a depressão pós-parto for diagnosticada, é essencial entender que a condição é tratável, e existem várias opções de tratamento para ajudar na recuperação. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhores serão as chances de recuperação rápida e eficaz. Aqui estão algumas opções e estratégias que podem ser úteis no tratamento da depressão pós-parto.

      Opções de Tratamento

      O tratamento para a depressão pós-parto pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades individuais da mãe. As principais opções de tratamento incluem:

      Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem eficaz que pode ajudar as mulheres a identificar e modificar padrões de pensamento negativos. A TCC também ensina técnicas de enfrentamento que podem ser úteis para lidar com o estresse e a ansiedade, além de promover uma visão mais equilibrada sobre a maternidade e a autoimagem.

      Medicação Antidepressiva: Em casos mais graves de depressão pós-parto, os médicos podem prescrever medicamentos antidepressivos para ajudar a equilibrar os neurotransmissores no cérebro. Medicamentos como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são frequentemente utilizados e podem ser seguros para uso durante a amamentação, embora sempre seja importante discutir as opções com o médico.

      Outras Abordagens Terapêuticas: Além da TCC, outras formas de apoio psicoterápico, como a psicoterapia interpessoal, podem ser úteis. Técnicas de relaxamento, meditação e mindfulness também são recomendadas para ajudar a reduzir o estresse e melhorar a saúde mental.

      Apoio Psicoterápico

      A terapia psicoterápica desempenha um papel fundamental no tratamento da depressão pós-parto. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, foca em ajudar a paciente a reconhecer e modificar pensamentos negativos, que podem contribuir para sentimentos de inadequação e desesperança. A TCC também auxilia na construção de habilidades de enfrentamento para lidar com as pressões do pós-parto, como a exaustão, as mudanças no corpo e a adaptação à maternidade.

      Além da TCC, abordagens psicoterapêuticas como a psicoterapia interpessoal (que se concentra em melhorar relacionamentos e ajudar a paciente a lidar com dificuldades emocionais), e o apoio psicodinâmico, que explora a relação com figuras maternas e outras dinâmicas emocionais, também podem ser eficazes. O acompanhamento de um psicólogo especializado na saúde mental da mulher pode ser essencial para ajudar a gestante a superar essa fase.

      Apoio Social e Familiar

      O apoio social e familiar desempenha um papel vital na recuperação da depressão pós-parto. Ter uma rede de apoio confiável e acolhedora pode ajudar a reduzir a sensação de isolamento e sobrecarga. O parceiro(a), familiares e amigos devem ser incentivados a se envolver ativamente, oferecendo apoio emocional, ajudando com as tarefas diárias e permitindo que a mãe tenha momentos de descanso e autocuidado.

      Participar de grupos de apoio, tanto presenciais quanto online, também pode ser útil, pois permite que a mãe compartilhe suas experiências com outras mulheres que estão passando por desafios semelhantes. Esse tipo de apoio pode ser reconfortante, já que muitas mulheres sentem que não estão sozinhas em suas lutas emocionais.

      Além disso, é importante que o parceiro(a) e os familiares saibam identificar os sinais de que a mãe precisa de ajuda adicional e incentivem-na a procurar apoio profissional caso os sintomas persistam. Um sistema de apoio eficaz ajuda a aliviar a carga emocional e promove um ambiente mais saudável para a recuperação.

      Impactos da Depressão Pós-Parto e Como Superá-los

      A depressão pós-parto pode afetar muitos aspectos da vida de uma mãe, incluindo seus relacionamentos, a capacidade de cuidar de si mesma e do bebê, e até o vínculo com o recém-nascido. Contudo, com o tratamento adequado e o suporte necessário, é possível superar esses desafios e recuperar a saúde mental e emocional. A seguir, exploramos os impactos mais comuns da depressão pós-parto e como enfrentá-los de maneira eficaz.

      Efeitos no Relacionamento Familiar
      A depressão pós-parto pode afetar profundamente o relacionamento com o parceiro(a). As mudanças hormonais, o cansaço extremo, e os sentimentos de inadequação ou culpa podem resultar em distanciamento emocional. A mãe pode sentir-se sobrecarregada e incapaz de atender às expectativas da família, o que pode gerar conflitos ou uma sensação de desconexão.

      O relacionamento com o bebê também pode ser impactado. Mulheres que enfrentam a depressão pós-parto podem ter dificuldades em estabelecer uma conexão emocional com o recém-nascido, o que pode afetar o vínculo materno. Isso não significa que a mãe não ama seu bebê, mas que a condição afeta sua capacidade de se engajar de maneira natural.

      É importante que o parceiro(a) e os familiares compreendam os sintomas da depressão pós-parto e ofereçam apoio constante. Isso inclui ajudar nas tarefas diárias, ser paciente e ouvir, sem julgamento. O apoio emocional é crucial para a mãe começar a se sentir mais conectada e apoiada.

      Impacto na Amamentação
      A depressão pós-parto também pode afetar a amamentação de maneira significativa. As mães podem sentir-se emocionalmente exaustas e com dificuldades para amamentar devido à falta de desejo ou motivação. A amamentação pode se tornar um desafio, tanto fisicamente quanto emocionalmente, quando a mãe não se sente bem consigo mesma.

      Além disso, o estresse e a ansiedade podem interferir na produção de leite, tornando a amamentação mais difícil ou frustrante. Algumas mães podem até sentir vergonha ou culpa por não conseguirem amamentar com facilidade, o que pode intensificar os sentimentos de inadequação.

      É importante que as mães que enfrentam dificuldades na amamentação busquem apoio de consultores de amamentação ou outros profissionais da saúde. Eles podem fornecer orientação e apoio para tornar o processo mais confortável, ao mesmo tempo em que reduzem o estresse associado à amamentação. Lembrando que, independentemente de amamentar ou não, o mais importante é garantir que o bebê esteja saudável e bem alimentado.

      Superação e Recuperação

      A superação da depressão pós-parto é um processo gradual que exige tempo, paciência e apoio contínuo. O caminho para a recuperação envolve aceitar que o período pós-parto pode ser difícil e que não há problema em precisar de ajuda. A recuperação não acontece da noite para o dia, mas com o tratamento adequado, a mãe pode retomar sua saúde emocional e o vínculo com o bebê.

      O tempo é essencial, pois a depressão pós-parto pode ser uma condição que leva algum tempo para ser tratada completamente. Durante esse processo, a paciência consigo mesma é fundamental. As mães devem entender que o pós-parto não é uma fase de “desempenho perfeito”, mas uma fase de aprendizado e adaptação.

      Além disso, o suporte contínuo de profissionais de saúde, parceiros, familiares e amigos é vital. As mães devem sentir-se à vontade para falar sobre seus sentimentos e buscar ajuda quando necessário. Participar de grupos de apoio, tanto presenciais quanto online, também pode ser uma forma de encontrar pessoas que compartilham experiências semelhantes, promovendo um ambiente de compreensão mútua.

      Com o tempo e com a ajuda certa, a maioria das mães se recupera da depressão pós-parto, redescobrindo o prazer da maternidade e restabelecendo o equilíbrio emocional. A jornada pode ser difícil, mas é possível superar os desafios com o apoio adequado e a disposição para cuidar de si mesma.

      Encerrando com Esperança e Apoio

      A depressão pós-parto é uma condição comum, mas muitas vezes subdiagnosticada, que pode impactar significativamente a vida de uma mãe e sua família. No entanto, com preparo adequado durante a gestação e apoio constante após o parto, é possível gerenciar e até prevenir os efeitos dessa condição. A chave para a recuperação está no diagnóstico precoce, no tratamento adequado e no suporte emocional.

      É importante lembrar que a depressão pós-parto não define a mãe. Com paciência, compreensão e as abordagens terapêuticas certas, muitas mulheres conseguem superar essa fase desafiadora e retomar uma vida equilibrada e saudável. A recuperação é possível, e a ajuda está disponível. Não há vergonha em pedir ajuda, seja de profissionais de saúde, familiares ou amigos.

      Por isso, se você está grávida, aproveite este momento para se preparar emocionalmente e criar uma rede de apoio sólida para o pós-parto. Converse com seu médico sobre suas preocupações relacionadas à saúde mental, pois ele pode ajudá-la a elaborar um plano de apoio específico para suas necessidades. Lembre-se de que, com o apoio certo, você não está sozinha nessa jornada e a recuperação é totalmente possível.

      Se você sentir que algo não está bem após o parto, não hesite em procurar ajuda. A saúde mental materna é tão importante quanto a física, e a sua recuperação é essencial para o bem-estar de toda a família.

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